A mudança para a telemedicina acelerou. Estamos prontos?

Data de publicação
14 outubro 2025

Há mais de cinco anos, fomos alertados sobre a iminente pandemia de SARS-CoV-2. Hoje, temos, agora, uma compreensão mais aprofundada das características antigénicas, do ciclo de replicação e do genoma do SARS-CoV-2.

A sua elevada transmissibilidade por aerossóis foi confirmada. Aumentando significativamente o risco de infeção em ambientes fechados, mesmo mantendo distanciamento físico.

Isto significa que são necessárias medidas preventivas mais rigorosas, especialmente entre os profissionais de saúde, dados os riscos que enfrentam na sua prática clínica.

O diagnóstico da COVID-19 aumentou com a incorporação de testes rápidos que detetam antigénios virais ou anticorpos aglutinantes, melhorando assim a deteção nas fases aguda ou convalescente.No entanto a sensibilidade e a especificidade, de cada teste dependem do estádio da infeção e têm um período máximo de eficácia, para além do qual os seus resultados podem ser erróneos. Cada teste deve, portanto, ser selecionado de acordo com o momento e as circunstâncias. 

O tratamento gold-standard é a oxigenoterapia, especialmente a oxigenoterapia de alto fluxo. Esta terapêutica tornou-se uma modalidade essencial, sendo evidente a necessidade de desenvolver unidades de cuidados respiratórios intermédios para evitar complicações e mortalidade decorrentes da intubação orotraqueal. 

Felizmente, em contraste com o progresso limitado no tratamento médico, foram autorizadas várias vacinas em apenas 10 meses (incluindo as da Pfizer, Moderno, AstraZeneca, CureVac, Janssen, Gamaleya e Novavax). 

As vacinas atuais são seguras e altamente eficazes, embora a duração da imunidade seja desconhecida. Também não se sabe se irão prevenir doenças ou infeções, impedindo a transmissão em indivíduos vacinados. Todas as evidências sugerem que precisaremos de mais do que uma vacina. 

A COVID.19 pode causar sintomas persistentes nos doentes (fadiga, fraqueza muscular, dificuldade em dormir, ansiedade ou depressão); no entanto, as complicações a longo prazo permanecem desconhecidas. Na fase aguda, esta infeccão pôs fim à assistência humanizada e obrigou os hospitais a restringir, ou mesmo a proibir, as consultas. Apesar dos esforços para melhorar a capacidade de resposta dos centros de saúde e dos hospitais, a pandemia está a provocar atrasos nos cuidados e a limitar a participação activa dos utentes. Sempre que possível, a mudança para a telemedicina acelerou, mas será que estamos preparados?

Podemos afirmar que as ações relacionadas com a segurança e o tratamento da COVID-19, para serem eficazes, devem ser suportadas pela evidência e pela ciência. As políticas baseadas em evidências devem envolver a colaboração de todas as partes interessadas nos desafios atuais e futuros desde o início. Para além do impacto na população em geral, os efeitos nos profissionais de saúde fizeram-se sentir, dada a acumulação generalizada de horas de trabalho, infeções e, não menos importante, sofrimento moral. 

Ana Mayoral, Diretora Médica da OXIGEN salud

(Número da Faculdade: 44030 - Associação Médica Oficial de Barcelona)

 

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